Com uma renovação média de pouco mais de 40% dos deputados nas três últimas legislaturas, a expectativa de lideranças políticas é de que nas eleições deste ano a renovação do Parlamento siga a mesma média. Isso quer dizer que dos atuais 513 deputados, cerca de 205 não devem retornar à Câmara no ano que vem. Alguns dos atuais deputados optaram por concorrer ao Senado, a governos e assembleias estaduais e à Vice-Presidência da República.
De acordo com levantamento feito pela secretaria-geral da Câmara a pedido da Agência Brasil, na última eleição para deputado federal, em 2006, foram reeleitos 277 deputados (54%), dos 513, e 46% não retornaram à Casa. As vagas foram ocupadas por 193 novos deputados (37,6%) e 43 políticos que já haviam sido parlamentares em outras legislaturas (8,4 %). Na ocasião, o PMDB reelegeu 54 dos 89 deputados que tinha e o PT reelegeu 50 dos 83.
Nas eleições de 2002, a renovação da Câmara foi de 41,5%, sendo reeleitos naquele ano 300 deputados (58,5%). As vagas renovadas foram ocupadas por 184 deputados (35,9%) e 29 que já haviam sido eleitos em outros anos (5,7%). Nas eleições de 1998 foram reeleitos 298 deputados (58,1%). No mesmo ano foram eleitos 183 deputados para a primeira legislatura (35,7%) e 32 haviam sido deputados em outros anos (6,2%).
Com a maior bancada na Câmara, o PMDB deverá continuar como maior legenda. Dos seus 90 deputados, 13 não disputam a reeleição, mas concorrem a outros cargos como a Vice-Presidência da República (Michel Temer), a governador e vice, ao Senado e a deputado estadual. Outros cinco optaram por não disputar as eleições deste ano, como é o caso de Ibsen Pinheiro (RS).
O PT, a segunda maior bancada na Casa com 79 parlamentares, terá 64 deputados disputando a reeleição. Oito concorrem a uma vaga no Senado, dois a vaga de suplente de senador, dois a deputado estadual, um a governador e dois não disputarão qualquer cargo - o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci e José Eduardo Cardoso.
No PSDB, 48 dos seus 59 deputados tentam mais um mandato na Câmara, cinco buscam uma cadeira no Senado, um tentará o governo estadual e outro compõe a chapa como vice-governador. Três, como é o caso do atual primeiro-secretário da Casa, Rafael Guerra (MG), não concorrem nesta eleição.
Dos 57 deputados do DEM, 15 não disputam a reeleição, mas sete tentam se eleger para outros cargos como o de senador, de vice-governador e de vice-presidente (Índio da Costa). Ex-governador de Pernambuco, prefeito de Recife e deputado por diversas legislaturas, Roberto Magalhães é um dos oito democratas que optaram por não disputar as eleições.
No PR, 36 dos 41 deputados tentam mais um mandato na Câmara. Dois não concorrem a cargo eletivo, um disputa o Senado, outro é candidato a vice-governador e um a deputado estadual. Já no PP, todos os atuais deputados, 41 ao todo, estão disputando as eleições de 3 de outubro. Trinta e cinco concorrem à reeleição, três a governos estaduais e três ao Senado.
O PSB, com 27 representantes na Câmara, terá 24 concorrendo à reeleição, dois ao Senado e um não é candidato. É o caso do deputado Ciro Gomes (CE), que tentou apoio para se lançar candidato à Presidência da República. No PDT, com 23 deputados, 21 tentam a reeleição, um busca o Senado e outro é candidato a vice-governador no Rio Grande do Sul.
Com 15 deputados, o PPS teve seis parlamentares que optaram por não se lançar à reeleição. Dois decidiram não concorrer a cargo eletivo, como é o caso do atual líder da legenda na Casa, Fernando Coruja (SC). Outros dois disputam uma vaga no Senado e uma na Assembleia Legislativa. O PV, com bancada de 14 deputados, tem dois na corrida pela sucessão estadual no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Todos os outros tentam a reeleição.
Dos partidos com maior representação na Câmara, o PTB foi procurado pela reportagem da Agência Brasil, mas não informou a situação dos seus deputados em relação às eleições deste ano.
Da Agência Brasil