Uma pesquisa realizada em diversos centros de estudo na Espanha indica que o consumo diário de bebida alcoólica reduz em mais de um terço o risco de doenças cardíacas em homens.
A Espanha tem, relativamente, altas taxas de consumo de bebidas alcoólicas e baixas taxas de doenças do coração.
A pesquisa envolveu mais de 15,5 mil homens e 26 mulheres e concluiu que o consumo de grandes quantidades de bebidas tem impacto diferente para o sexo feminino - as mulheres não se beneficiaram da mesma forma que os homens.
" O coração é apenas um dos muitos órgãos no corpo. As bebidas alcoólicas podem oferecer proteção limitada para um órgão, mas o excesso pode danificar o coração e outros órgãos como fígado, pâncreas e cérebro "
As idades dos pesquisados variava entre 29 e 69 anos, e os autores do estudo pediram que os participantes documentassem seus hábitos de bebida durante toda a vida. Os resultados foram acompanhados pelos pesquisadores durante dez anos. A pesquisa foi publicada na revista especializada Heart.
Quantidades
Os pesquisadores espanhóis separaram os participantes em seis categorias que variavam desde aqueles que nunca beberam até os que consumiam mais de 90g de álcool por dia - isso seria o equivalente a consumir cerca de oito garrafas de vinho por semana.
Para aqueles que bebiam pouco, menos que uma dose de vodca por dia, por exemplo, o risco de doença cardíaca foi reduzido em 35%.
Entre aqueles que bebiam entre três doses e mais de 11 doses por dia o risco diminuiu em média 50%.
Mas não foram observados os mesmos benefícios entre as mulheres, que sofrem menos problemas cardíacos do que os homens.
Os pesquisadores avaliam que a diferença pode ocorrer pelo fato de mulheres processarem bebidas alcoólicas de uma forma diferente dos homens. E os hormônios femininos protegem contra a doença em grupos mais jovens.
O tipo de bebida consumida parece não ter feito diferença, mas a proteção foi maior para aqueles que beberam quantidades moderadas a altas de bebidas variadas.
A forma exata com que a bebida alcoólica protege o coração em homens ainda não foi esclarecida, mas se sabe que a bebida ajuda a aumentar as lipoproteínas de alta densidade, também conhecidas como bom colesterol, que impedem que o chamado mau colesterol se acumule nas artérias.
Outras doenças
Apesar dos resultados da pesquisa, especialistas recomendam cautela e alertam que o excesso de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de outras doenças e que o álcool é responsável por 1,8 milhão de mortes por ano em todo o mundo.
"O coração é apenas um dos muitos órgãos no corpo. As bebidas alcoólicas podem oferecer proteção limitada para um órgão, mas o excesso pode danificar o coração e outros órgãos como fígado, pâncreas e cérebro", afirma Cathy Ross, da instituição de caridade britânica para doenças cardíacas British Heart Foundation.
Para o professor Martin McKee, da Escola de Higiene e Medicina Tropical, a relação entre bebidas alcoólicas e doenças cardíacas é "polêmica".
"Existem provas de que o consumo moderado protege pessoas que tem risco de doença cardíaca, o que exclui a maioria das pessoas abaixo dos 40 anos, mas também sabemos que a maioria das pessoas subestima o quanto bebe", diz McKee. "Esta pesquisa é mais uma, mas não deve ser considerada definitiva."
Fonte: O Globo/ BBC Brasil
A Espanha tem, relativamente, altas taxas de consumo de bebidas alcoólicas e baixas taxas de doenças do coração.
A pesquisa envolveu mais de 15,5 mil homens e 26 mulheres e concluiu que o consumo de grandes quantidades de bebidas tem impacto diferente para o sexo feminino - as mulheres não se beneficiaram da mesma forma que os homens.
" O coração é apenas um dos muitos órgãos no corpo. As bebidas alcoólicas podem oferecer proteção limitada para um órgão, mas o excesso pode danificar o coração e outros órgãos como fígado, pâncreas e cérebro "
As idades dos pesquisados variava entre 29 e 69 anos, e os autores do estudo pediram que os participantes documentassem seus hábitos de bebida durante toda a vida. Os resultados foram acompanhados pelos pesquisadores durante dez anos. A pesquisa foi publicada na revista especializada Heart.
Quantidades
Os pesquisadores espanhóis separaram os participantes em seis categorias que variavam desde aqueles que nunca beberam até os que consumiam mais de 90g de álcool por dia - isso seria o equivalente a consumir cerca de oito garrafas de vinho por semana.
Para aqueles que bebiam pouco, menos que uma dose de vodca por dia, por exemplo, o risco de doença cardíaca foi reduzido em 35%.
Entre aqueles que bebiam entre três doses e mais de 11 doses por dia o risco diminuiu em média 50%.
Mas não foram observados os mesmos benefícios entre as mulheres, que sofrem menos problemas cardíacos do que os homens.
Os pesquisadores avaliam que a diferença pode ocorrer pelo fato de mulheres processarem bebidas alcoólicas de uma forma diferente dos homens. E os hormônios femininos protegem contra a doença em grupos mais jovens.
O tipo de bebida consumida parece não ter feito diferença, mas a proteção foi maior para aqueles que beberam quantidades moderadas a altas de bebidas variadas.
A forma exata com que a bebida alcoólica protege o coração em homens ainda não foi esclarecida, mas se sabe que a bebida ajuda a aumentar as lipoproteínas de alta densidade, também conhecidas como bom colesterol, que impedem que o chamado mau colesterol se acumule nas artérias.
Outras doenças
Apesar dos resultados da pesquisa, especialistas recomendam cautela e alertam que o excesso de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de outras doenças e que o álcool é responsável por 1,8 milhão de mortes por ano em todo o mundo.
"O coração é apenas um dos muitos órgãos no corpo. As bebidas alcoólicas podem oferecer proteção limitada para um órgão, mas o excesso pode danificar o coração e outros órgãos como fígado, pâncreas e cérebro", afirma Cathy Ross, da instituição de caridade britânica para doenças cardíacas British Heart Foundation.
Para o professor Martin McKee, da Escola de Higiene e Medicina Tropical, a relação entre bebidas alcoólicas e doenças cardíacas é "polêmica".
"Existem provas de que o consumo moderado protege pessoas que tem risco de doença cardíaca, o que exclui a maioria das pessoas abaixo dos 40 anos, mas também sabemos que a maioria das pessoas subestima o quanto bebe", diz McKee. "Esta pesquisa é mais uma, mas não deve ser considerada definitiva."
Fonte: O Globo/ BBC Brasil